Itaú desliga 1 mil funcionários em home office após revisão de produtividade

Banco afirma que houve incompatibilidade entre jornada registrada e tempo efetivamente trabalhado; sindicato contesta critérios

O Itaú Unibanco realizou recentemente um corte de cerca de mil colaboradores que atuavam em regime remoto ou híbrido. De acordo com a instituição, a decisão foi resultado de uma análise interna que identificou inconsistências no modelo de trabalho à distância.

Segundo nota do banco, a revisão apontou diferenças significativas entre as horas registradas no ponto eletrônico e as atividades executadas nas plataformas corporativas. A instituição declarou ainda que, em alguns casos, foram encontrados “padrões incompatíveis com os princípios de confiança”, considerados essenciais para a operação.

O número de desligamentos foi informado pelo Sindicato dos Bancários, já que o Itaú não confirmou oficialmente a cifra. Atualmente, o banco possui 85 mil funcionários no Brasil.

Sindicato questiona monitoramento

A entidade sindical afirma que o critério utilizado pela empresa para avaliar a produtividade é “extremamente questionável”, pois teria se baseado em registros de inatividade nos computadores corporativos — em alguns casos, intervalos de até quatro horas sem interação registrada.

Para o sindicato, esse método não considera variáveis como falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga de demandas ou mesmo a forma como as equipes organizam o trabalho remoto.

Funcionários contestam desligamentos

Ex-funcionários ouvidos pela imprensa afirmaram que a justificativa não procede. Alguns relataram que possuíam avaliações de desempenho positivas e até promoções recentes, mas ainda assim foram desligados. Eles também disseram que o banco não apresentou as métricas de telemetria utilizadas no processo de apuração.

Monitoramento digital em foco

Fontes do setor apontam que a instituição utiliza softwares capazes de acompanhar em tempo real a utilização das máquinas corporativas. Esses sistemas permitem verificar indicadores como uso de memória, quantidade de cliques, abas abertas, execução de tarefas e registros em sistemas internos.

A prática reacende o debate sobre os limites do monitoramento digital no home office, especialmente em grandes corporações que buscam equilibrar eficiência operacional e confiança entre gestores e equipes.

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